Polícia Militar tem quase 30 armas roubadas só no 1º semestre no Pará
Para os policiais, trabalhar armado não significa mais estar seguro, pelo contrário. “A violência está no dia a dia, constante na nossa vida. Tanto de folga ou de serviço, os próprios elementos tentam roubar nosso armamento. Infelizmente a gente faz a segurança do cidadão e a nossa segurança é esquecida”, afirma o cabo Roberval Vasconcelos, da PM.
No último domingo (31), o soldado Wilson Roberto Rosário Cardoso foi morto na frente de sua casa, no bairro do Barreiro, em Belém. Segundo testemunhas, dois homens chegaram a pé, se aproximaram e fizeram vários disparos contra o policial. Os criminosos fugiram levando a arma do PM.
“Ele ia casar, estava convivendo já com a esposa dele há algum tempo, planejada ter filhos, tinha todo um futuro aí pela frente. Infelizmente vieram e detonaram com todos esses sonhos”, afirmou uma amiga da vítima, que preferiu não ser identificada.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, os suspeitos foram identificados. “Já requeremos a prisão preventiva dos dois acusados e agora depende da Justiça decretar, mas também depende da polícia localizar os dois assassinos para que respondam na forma da lei o crime praticado”, detalha o delegado Miguel Cunha.
Criminalidade
Segundo a polícia, 12 policiais militares foram mortos esse ano. São aposentados, PMs que estavam de folga ou no exercício da profissão. Na maioria dos casos, as armas são levadas.
De acordo com o Sistema de Segurança Pública, de janeiro a maio de 2016, 26 armas foram roubadas, furtadas ou perdidas. Em 2015 esse dado chegou a 71 casos registrados.
“Isso complica ainda mais. É algo que a gente lutou muito, pela segurança, para que nós policiais militares tivéssemos. A gente trabalha armado, então teria que ter o equipamento, armamento em casa. Porém, isso cresce o olho da marginalidade”, lamenta Carlos Quadros, da Associação de Defesa dos Direitos dos PMs do Pará.
A Polícia Militar informou que vem investindo em treinamento e equipamentos. Nos últimos 18 meses, passaram por treinamento aproximadamente 9 mil policiais de um total de 15 mil da ativa. Com relação a equipamentos de proteção, a totalidade dos policiais que executam o policiamento ostensivo tem seu próprio armamento, munições e colete balístico fornecidos pela instituição.
A PM disse que executa um programa próprio de proteção a policiais ameaçados e que treinou oficiais e praças especialistas que orientam a conduta de autoproteção para todo o efetivo na capital e no interior.
Fonte: G1 PA
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