Por Edmundo Baía Júnior
O vereador Peninha esteve em Cuiabá na ultima quarta feira, dia 22, participando da primeira Audiência Pública para debater a construção da ferrovia denominada FERROGRÃO, que vai ligar a cidade de Sinop, no Mato Grosso com Miritituba, no município de Itaituba, no Pará. Segundo o vereador Peninha, que se manifestou contra a Ferrovia, esta estrada de ferro que está projetada para interligar o centro produtor de grãos do Mato Grosso com os portos em Miritituba, no Pará, deverá ter 943 quilômetros e está orçada hoje em mais de R$ 12 bilhões de reais. A empresa vencedora da licitação para construir, terá o prazo de 65 anos para explorar esta estrada de ferro. Segundo o vereador, o representante da ANTT-AGENCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, o investimento na construção desta ferrovia, é considerado o maior projeto do país nos últimos anos e a previsão é escoar por ano por esta estrada de ferro 58 milhões de toneladas de grãos do Mato Grosso para os portos em Miritituba, no Pará. Parte deste investimento será financiado pelo BNDES e há interesse de grupos Chineses construírem esta ferrovia.
O vereador de Itaituba, disse na audiência, realizada na tarde do dia 22 ultimo, no Hotel Paiaguas, em Cuiabá, Mato Grosso, que é contra a construção desta ferrovia no momento, porque, caso seja construída a Ferrogrão dentro de 10 anos a região da Rodovia Cuiabá Santarém será uma estrada abandonada e vai ocorrer um caos social, com desemprego na região. Peninha citou, que com a construção dos portos em Miritituba, o município de Itaituba recebeu alguns benefícios, como o ISS das empresas que construíram os portos e naquele momento geraram alguns empregos. Porém, hoje Itaituba apenas recebe o recolhimento do Alvará de Funcionamento e o IPTU, ambos recolhidos anualmente aos cofres municipais. No mais, Itaituba nada recebe, a não ser os problemas gerados pelos empreendimentos, afirmou Peninha.
Prosseguindo, o vereador itaitubense disse que vários empresários investiram em infraestrutura nas margens da BR-163, como postos de combustível, estacionamentos (pátios) para abrigar as carretas, hotéis, restaurantes, lanchonetes, borracharias, mecânica e etc. Isto tem gerado emprego e renda na região. Como exemplo, o vereador lembrou da construção do Posto Mirian, no Distrito de Campo Verde, no município de Itaituba. Ali, só um empresário investiu mais de R$ 26 milhões de reis. Assim como este, outros empresários investiram ao longo da BR-163, acreditando no futuro e de repente agora aparece um projeto que vem a prejudicar estes negócios. Aqui estou apenas retratando das questões da nossa região, agora já calcularam para ver quantos motoristas vão ficar desempregados pelo Brasil afora, com esta ferrovia? Alguém sabe me responder? Indagou o parlamentar.
Ao longo da Rodovia Cuiabá-Santarém, no trecho que vem de Sinop-Mato Grosso até Miritituba, no Pará, existem mais de 200 postos de combustível. Veja, só no trecho, entre Campo Verde e Miritituba, numa extensão de 30 km, existem 6 postos de combustível e 5 estacionamentos para abrigar as carretas, disse Peninha. Com a construção desta Ferrovia, esta estrutura vai ser desativada, pois não haverá mais transporte de grãos em carretas. Quanta gente vai ficar desempregada? Precisamos de respostas.
Quanto a questão do investimento de mais de R$ 12 bilhões na construção da Ferrogrão e que a empresa vencedora da licitação vai recolher impostos, tenho a afirmar que isto só acontece na sua construção. Depois só vão ficar os problemas. Vai ser igual a construção dos portos em Miritituba, só na construção geraram impostos e emprego e hoje estamos vendo que o sonho se tornou pesadelo, pois emprego e renda que é bom, pouquíssimos, imaginem com a desativação deste transporte rodoviário.
Na audiência em Cuiabá, Peninha lembrou que varias manifestações a seu favor foram feitas em defesa da continuidade do transporte rodoviário para trazer os grãos para os portos em Miritituba. O edil acredita, que apesar dos estudos já realizados e as audiências que estão sendo promovidas, esta ferrovia só vai sair do papel dentro de 10 anos.
As próximas audiências serão realizadas em Belém, dia 27 do corrente, as 14:00horas no Hotel Sagres. No dia 3 de Dezembro, na FAI, em Itaituba, dia 4 de Dezembro, em Novo Progresso e dia 8 de Dezembro em Sinop.
Fonte: RG 15/O Impacto
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