quarta-feira, 7 de março de 2018

Policiais que atiraram contra família em carro são denunciados por tentativa de homicídio


Reprodução
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou os policiais rodoviários federais Francisco Adailson Souza da Silva e Amadeu Teixeira de Sousa por tentativa de homicídio por atirarem contra uma família que teve o veículo confundido com o de assaltantes, na BR-316, em Marituba.​ ​O caso ocorreu em 25 de novembro de 2016.
De acordo com o MPF, consta no inquérito, conduzido pela Polícia Federal, que oito disparos partiram das armas portadas pelos policiais denunciados (espingarda calibre 12 e pistola ".40").
Laudos do Instituto Nacional de Criminalística confirmaram que pelo menos quatro desses disparos foram direcionados para o interior do veículo, ferindo duas mulheres – uma delas grávida e a outra idosa – e um homem.
Seis policiais (quatro PRFs e dois policiais militares) participaram da abordagem. No entanto, de acordo com a perícia, somente foi possível comprovar que dois deles alvejaram diretamente o veículo, evidenciando o dolo.
A denúncia foi encaminhada à Justiça Federal em Belém nesta terça-feira (6). Caso condenados, os policiais podem ser punidos com até 13 anos e quatro meses de detenção pela tentativa de homicídio doloso.
Abordagem 
Francisco da Silva e Amadeu de Sousa estavam na barreira da PRF, em Ananindeua, quando receberam informações sobre o veículo de um grupo que teria acabado de cometer um assalto.
No momento em que os policiais receberam essa comunicação, passou pela barreira da PRF um veículo da mesma marca, modelo e cor, e com as mesmas três letras iniciais da placa do veículo dos assaltantes.
Os policiais rodoviários federais entraram em uma viatura e passaram a perseguir o veículo. Em seguida, uma viatura da Polícia Militar do Pará também entrou na perseguição.
Entre os quilômetros 14 e 16 da rodovia BR-316, logo após o acesso ao município de Marituba, as viaturas se emparelharam com o veículo e os policiais rodoviários federais denunciados passaram a disparar.
As vítimas sofreram lesões em várias áreas do corpo provocadas por estilhaços dos vidros fragmentados e impelidos pelos impactos das balas, registraram laudos do Instituto Médico Legal do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.

(Com informações do MPF)

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