segunda-feira, 19 de abril de 2021

VÍDEO: ENFERMEIRA AFIRMA QUE REUTILIZA AGULHA DEZ VEZES DURANTE APLICAÇÃO DE VACINA EM ALTAMIRA

 

Crédito: Reprodução

O idoso identificado como Hélcio prestou queixa sobre o incidente na Delegacia da Polícia Civil da cidade do sudoeste paraense.

Circula nas redes sociais um vídeo em que uma enfermeira diz que está reutilizando agulhas em até dez vezes durante vacinação contra covid-19. A declaração é feita após um senhor questionar a qualidade do material utilizado na aplicação da dose pois, segundo ele, teria sentido dor na perfuração. O caso aconteceu em Altamira, município do sudoeste paraense, no sábado, 17.


O idoso identificado como Hélcio prestou queixa sobre o incidente na Delegacia da Polícia Civil da cidade. A família dele divulgou uma nota explicando o ocorrido. "No momento da aplicação chama atenção o calibre da agulha, a pressão que precisa ser exercida para penetração da pele e a dor excessiva na introdução da agulha, o que não é comum, pois, quando a agulha é utilizada por uma única vez, o seu bisel (parte cortante) se mantêm afiado, perfurando a pele e subcutâneo, até o músculo, com facilidade, mínimo de resistência e redução da dor gerada. Mesmo a olhos de leigo, era perceptível que a cânula (haste da agulha) era mais calibrosa e inapropriada e que, por estar sem “fio”, gerou resistência e grande depressão na pele para, então, ser introduzida. Por isso, a profissional de saúde que o fazia foi questionada quanto ao método de aplicação e o porquê da dor e pressão incomuns", diz a nota. Ao ser perguntada, a enfermeira abre novamente o isopor onde estão as demais vacinas e justifica que a orientação recebida era de “furar por até 10 vezes com a mesma agulha” os frascos do imunizante sem que possa trocá-las entre as aplicações. O vídeo mostra ainda a falta de higiene no manuseio e na aplicação pela profissional, que sequer está de luva de procedimento, manipula vacina com acessórios que podem gerar contaminação.


Assista:

É possível perceber que a enfermeira demonstra a tal orientação, introduzindo no frasco de vacina a mesma agulha que segundos antes havia sido utilizada para aplicação da dose do paciente. O frasco que ela usa para a demonstração estava dentro do isopor com as demais vacinas a serem usadas nos próximos pacientes. "O vídeo foi postado em um grupo de família com intuito acima informado, quando o médico e filho do paciente em questão, chamou atenção para os procedimentos totalmente fora de padrões e protocolos institucionais para vacinação. Neste momento a preocupação maior estava nas poucas horas até a correta ministração de medicações que evitassem o contágio de doenças como HIV e outras doenças infectocontagiosas", continua o esclarecimento da família do vacinado.

Após assistir ao vídeo, o filho de Hélcio, que é médico, informou sobre o protocolo de infecção por acidentes com materiais perfuro cortante, utilizado quando manejo deste material é utilizado de forma errônea ou após acidente, e orientou o pai a ir até uma unidade básica de saúde (UBS) e informar sobre o ocorrido aos agentes de saúde para que fossem realizadas as devidas condutas, como: teste rápido para HIV, sorologia de hepatites virais, profilaxia para sífilis e profilaxia pós, exposição (PEP) de HIV, este último de duração de 28 dias. Além disso, precisará, ao longo dos próximos meses, de controle clinico/laboratorial para hepatite, HIV e demais doenças.

A família denunciou ainda que ao procurar os profissionais e unidades de saúde para pedir auxílio, a Secretaria de Saúde de Altamira não colocou em prática de maneira correta, nem se preocupou com a saúde e bem-estar do paciente, somente pediu discrição e silêncio, para que o caso não repercutisse. "A enfermeira, responsável pela campanha de vacinação, entrou em contato com a família e afirmou que, apesar do manejo e administração inadequadas e erradas, não era necessário entrar com protocolo por acidente com materiais biológicos, alegando que a porcentagem de infecção era muito baixa. O filho, e médico, do paciente se recusou a seguir tal orientação e informou que seriam tomadas medidas cabíveis, solicitando que o protocolo fosse seguido em benefício do paciente. A única preocupação até o presente momento, pela Secretaria de Saúde e da Prefeitura Municipal de Altamira, foi com a imagem da secretaria de saúde e da profissional que aplicou a vacina nas condições vistas no vídeo", denunciaram.

Segundo a nota, somente através de contato com a diretora da upa que o paciente teve assistência nos exames que se faziam necessário e no tratamento profilático.

Posicionamento da Prefeitura de Altamira

A Secretaria Municipal de Saúde informou que todos os materiais utilizados nas aplicações das doses de vacina são descartados após o uso. Segundo o órgão, tanto as seringas como as agulhas descartáveis são utilizadas uma única vez, e assim tem ocorrido com todas as pessoas imunizadas.

"Em relação ao vídeo que circula em grupos de WhatsApp, o que houve foi uma falha de comunicação, e não de procedimentos", disse. De acordo com o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação do Ministério da Saúde, e conforme a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIM) é proibido deixar o frasco da vacina agulhado, para facilitar a aspiração no frasco de vacina.

A secretaria explicou que a orientação é que a cada aspiração com as seringas descartáveis, o profissional perfure a borracha em locais diferentes evitando a parte central da tampa, e é assim que a Coordenação de imunização orienta os profissionais que estão aplicando as doses de vacina.

"Ocorreu que, quando a técnica de enfermagem foi questionada, ela se sentiu acuada com os questionamentos feitos e acabou, de forma equivocada, passando uma informação que não procede e que coloca em questão o compromisso e a ética com que todos os profissionais de saúde estão atuando na linha de frente da covid-19", informam.

"O enfermeiro que estava presente no local esclarece ainda que o paciente do vídeo fez o uso da última dose do frasco que tinha no isopor. E ao final do expediente todos os frascos utilizados são devolvidos para o setor de imunização para serem conferidos e ser feito o descarte correto", finaliza.



Fonte: Roma News 


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