quinta-feira, 14 de julho de 2016

'Não sabia que daria rolo', diz mãe que dopou filha para sexo com namorado.

Casal foi preso na manhã desta terça-feria (12), em Manaus (Foto: Indiara Bessa/G1 AM)
Estupros ocorreram em Manaus; vítima tem 14 anos e deficiência, diz polícia. Suspeito nega crime e diz que 'falava besteiras, mas nunca teve sexo'.

Um homem e uma mulher de 32 e 35 anos, respectivamente, foram presos na manhã desta terça-feira  (12) suspeitos de abusar sexualmente de uma adolescente de 14 anos, em Manaus. Segundo a polícia, a vítima é filha da suspeita e possui deficiência visual e mental. De acordo com a Delegacia Especializada em Proteção a Criança e ao Adolescente (Depca), a mãe dopava a vítima para que o namorado cometesse o abuso. Rogério Correa de Lima nega o crime. De acordo com a delegada Juliana Tuma, as prisões dos infratores ocorreram na manhã desta terça-feira (12). A mulher foi localizada na casa onde morava com um irmão no bairro Cidade Nova, Zona Norte. O autônomo foi localizado em uma via no bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste.
Segundo Juliana Tuma, as investigações em torno do caso tiveram duração de um mês e confirmaram que a mãe dopava a filha para que o namorado pudesse estuprar a adolescente. O caso foi denunciado por uma professora da vítima, que notou mudanças no comportamento da adolescente. Assim que a investigação teve início, a menina foi retirada da mãe e encaminhada para um serviço de acolhimento na capital. Os estupros ocorreram entre o começo de abril e fim do mês de maio deste ano. Segundo as investigações, a adolescente foi abusada, ao menos, três vezes.
A delegada Juliana disse ao G1 que teve acesso a conversas de whatsapp onde a mãe oferecia a virgindade da filha para o próprio namorado. Eles, inclusive, combinaram de dopar a jovem. Exames feitos no Instituto Médico Legal (IML) de Manaus confirmaram a violência sexual, conforme a delegada. Na delegacia, a mãe da adolescente, segundo a polícia, confessou o crime e afirmou que a ideia de oferecer a filha dela era com a intenção de satisfazer o companheiro. No entanto, ela alegou ter sido influenciada pelo namorado. "Primeiro tivemos acesso às conversas, depois a gente apreendeu o telefone, submeteu à polícia e teve acesso à integralidade das conversas, inclusive esse autor e essa mãe trocavam fotos íntimas dessa adolescente", afirmou Juliana.
Ainda em depoimento, ela afirma que chegou a presenciar os abusos em uma das vezes. "Eu não sabia que ia dar todo esse rolo. Ele me incentivou", disse a suspeita ao G1. O namorado negou o crime. "Estou com a consciência limpa porque esses atos não aconteceram. Eu não sabia que ela era deficiente. A criança nunca foi tocada. Se houve estupro, foi muito antes de mim. A gente falava muita besteira, mas nunca teve ato sexual", disse Lima. A delegada da Depca disse que, diante das provas, foi pedida a prisão preventiva dos dois. O mandato de prisão foi expedido pelo juiz Genesino Braga Neto da Especializada em crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes. Os dois serão conduzidos à cadeia em Manaus.

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