Segundo o MPF, no texto a PF expressa sua convicção de que houve crime
de estelionato qualificado. No domingo 6 de novembro, segundo dia de
provas do Enem, candidatos foram presos no Ceará e no Amapá flagrados
com o tema da redação. Em Fortaleza, a polícia encontrou no bolso de um
homem de 34 anos o tema e um texto pronto para ser transcrito. Ele ainda
recebeu o gabarito pelo celular e usou também ponto eletrônico na sala
do exame.
Em Macapá, um homem de 31 anos foi preso logo depois de deixar o local
de prova. Ele confessou que sabia previamente o tema da redação. Com
ele, foi encontrado um texto com o assunto "intolerância religiosa",
aplicado no Enem a quase 6 milhões de candidatos em todo o país.
O G1
entrou em contato com o Ministério da Educação (MEC) para obter o
posicionamento da pasta e aguarda retorno. Nesta tarde, o o procurador
da República Oscar Costa Filho deve detalhar os desdobramentos do caso. O
MPF pede que as notas da redação não sejam utilizadas.
Entretanto, em nota, o procurador adiantou que a íntegra do relatório e
peças do inquérito serão anexadas ao recurso do MPF que já tramita no
Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife (PE).
“Uma quadrilha organizada nacionalmente teve acesso antecipado às
provas. Isso compromete a lisura do exame e a própria credibilidade da
logística de segurança que vem sendo aplicada”, afirmou o procurador.
De acordo com nota do MPF, em um trecho do relatório a PF destaca que,
após a análise de celulares apreendidos, "concluiu-se que os candidatos
receberam fotografias das provas e tiveram acesso aos gabaritos e ao
tema da redação antes do início do exame".
Frase código
Ainda de acordo com a nota do MPF, a polícia afirma que os candidatos
tiveram acesso à "frase-código" da prova rosa, o que permitia que
candidatos que deveriam fazer provas diferentes da rosa pudessem
preencher o cartão de respostas de acordo com o gabarito transmitido
pela quadrilha, não importando a cor da prova que o candidato tenha
recebido no exame, já que a frase-código é o que legitima a correção
conforme a cor referente à frase.
"Tanto o gabarito quanto a frase-código foram divulgados antes do
exame, o que garante a responsabilidade de afirmar que houve vazamento
da prova", diz o relatório.
A Polícia Federal aponta, ainda, que apesar de dois candidatos terem
sido presos em operações policiais diferentes, ambos receberam
exatamente as mesmas fotografias com gabaritos das provas, porém de
intermediários diferentes, o que indica que a origem do vazamento é a
mesma.
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