segunda-feira, 7 de maio de 2018

Empresário paraense assume que não entregou triciclo doado por Whindersson Nunes

Empresário paraense assume que não entregou triciclo doado por Whindersson Nunes (Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)

Um produto revolucionário que pode mudar a vida de milhares de pessoas com deficiências. É assim que a empresa Free Way designa, em seu site na internet, o triciclo que é fabricado no Distrito Industrial, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém.
Foi atraído por essa ideia que o estudante André Nunes Nachtigall, de Pelotas (RS), se empenhou em conseguir dinheiro para adquirir o equipamento. Diagnosticado com paralisia cerebral ainda na infância, ele usou o Facebook, em fevereiro do ano passado, para pedir ajuda a um dos seus ídolos, Whindersson Nunes, que acabou atendendo o pedido e doou todo o valor correspondente ao triciclo. A Honda, ao tomar conhecimento do caso, e também teria doado o valor relacionado à moto (o triciclo é feito em cima de uma moto). Ao todo, foram doados cerca de R$ 25 mil.
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Em conversa exclusiva ao DOL, o projetista do triciclo e proprietário da empresa Triciclos Free Way, Márcio Damasceno, confirmou que o produto não foi entregue e tentou justificar os motivos do atraso. "O prazo da empresa para entregar são de 3 meses e nós estamos defasados nessa entrega. Já são 8 meses atrasado", confirmou.
Há 30 anos no mercado e há cerca de 10 atuando como fabricante do triciclo, o empresário paraense usa a crise política e econômica como argumento para o atraso na entrega do triciclo ao jovem.
"Faz 10 anos que eu projeto esse equipamento para trazer facilidade de locomoção para pessoas com deficiência, mas a minha empresa foi atingida por essa desgraça em que o país está. Sou uma das 250 mil empresas que geraram milhões de desempregados por causa da crise econômica e política. Estou enfrentando dificuldades, segurando a empresa para poder me recuperar. Precisamos ter novamente uma rotina de vendas para conseguir colocar as coisas em ordem novamente, mas a crise assolou e os problemas não param", diz.
Para o empresário, o caso só gerou toda essa repercussão devido a exposição envolvendo um youtuber famoso. Ele revelou ainda, ter recebido várias ameaças.
"Nós só estamos demorando um pouco a mais para entregar o triciclo. Mas esquecem que eu sou o projetista, que eu  fiz a patente desse triciclo, que é único no mundo e que já entregamos muitos outros, sem problema algum. Ao invés de termos apoio de qualquer tipo, preferem depreciar o meu trabalho, me denegrir. Estamos devendo, isso é verdade", assume.

Márcio relembrou as ameaças recebidas e contou que chegou a pedir um financiamento em um banco paraense, mas não foi atendido. "Recebi mensagens de pessoas me chamando de estelionatário, de ladrão. Sou uma pessoa séria, com dificuldades e estou lutando para entrar em ordem. Eu não fujo dos meus compromissos. Tentei com o banco garantia de financiamento, mas fui informado que não existia interesse social no nosso negócio", garante.
Sem resposta: Empresário não dá novo prazo para a entrega no triciclo
André Nachtigall chegou a divulgar que o caso foi levado à Justiça e que duas audiências já foram realizadas, sem acordo. Entretanto, o empresário paraense afirma não ter sido notificado em nenhuma das vezes.  
"Estávamos nos programando, mas fomos surpreendidos por essa notícia na mídia. Agora vamos esperar o desenrolar dessa situação na Justiça, pois a última vez que buscamos conversar sobre isso, ninguém nos informou nada sobre audiências".



Indagado sobre um novo prazo para a entrega do triciclo, o empresário deixará o jovem sem resposta e continuando a depender da mãe para levá-lo aos lugares. "Hoje, não temos um prazo para te dar", informou Márcio ao DOL.
Nas redes sociais, internautas paraenses criticaram a postura do empresário e lamentaram o ocorrido com o jovem. Veja:
No site, a empresa exibe vídeo mostrando como funciona o triciclo:
 
 
(Andressa Ferreira/DOL)

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