Morcegos hematófilos podem ser os responsáveis em transmitir a doença na região (Foto: TV TEM/Reprodução)
Todas as cinco crianças morreram apresentando quadro semelhante: febre, dispneia, cefaleia, dor abdominal e sinais neurológicos, como paralisia flácida ascendente, convulsão, disfagia, desorientação, hidrofobia e hiperacusia.
A Secretária de Saúde Pública do Pará confirmou na noite de sexta-feira
(11), a morte da quinta vítima por suspeita de raiva humana na ilha do
Marajó. Todas as vítimas são crianças de uma comunidade rural do
município de Melgaço. A suspeita é de que elas tenham sido infectadas
pelo vírus da raiva, transmitido pela mordida de morcegos. Outras cinco
crianças seguem internadas em estado grave na Santa Casa de Misericórdia
do Pará.
Todas as cinco crianças morreram apresentando quadro semelhante: febre,
dispneia, cefaleia, dor abdominal e sinais neurológicos, como paralisia
flácida ascendente, convulsão, disfagia, desorientação, hidrofobia e
hiperacusia.
Segundo especialistas, no mundo existem cerca de 1200 espécies de
morcegos, mas apenas três se alimentam de sangue e se esses morcegos
hematófilos estiverem infectados pelo vírus da raiva podem transmitir a
doença através da mordida. Eles são encontrados facilmente na região
amazônica.
“Geralmente esse morcegos se alimentam de bovinos, equinos, outros
animais de produção e no momento em que a colônia está grande com uma
grande quantidade de indivíduos e eles não encontram alimentos, eles
acabam procurando outras espécies como o homem, que acaba tendo uma pele
bem frágil e vulnerável nessas regiões”, explica a especialista.
A Sespa disse que o Instituto Pasteur em São Paulo vai a analisar
amostras do material coletado nas vítimas. O instituto é referencia no
diagnóstico de raiva. Os resultados estão previstos para serem emitido
em oito dias. Equipes do municipio, do estado e do Ministério da Saúde
estão em Melgaço investigando os casos. Cerca de 1000 doses de vacinas
serão distribuidas para a população.
“A gente vai levar doses de vacinas suficientes para vacinar todas essas
pessoas. Nós estamos até fazendo planos para fazer uma vacinação pré
exposição, entendendo que essas pessoas podem se expor a qualquer
momento”, explica o especialista.
G1 Pará
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