Uma investigação exibida pelo Domingo Espetacular no último domingo (27) mostrou como uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ibama desmantelou um esquema de fraudes que legalizava a criação de gado em áreas embargadas na Amazônia. A ação flagrou atividades de pecuária em terras que deveriam ser preservadas, expondo um complexo esquema comandado por uma família influente no agronegócio, a família Dal Magro, que utilizava recursos de bancos estatais para financiar novos desmatamentos.
Novo Progresso, município paraense situado ao longo da BR-163, é um dos epicentros da destruição florestal no Brasil. Nos últimos anos, milhares de hectares foram derrubados para dar lugar a pastagens, colocando a região entre as líderes nacionais em desmatamento. Análises visuais mostraram que, no ano 2000, a área verde ao redor da rodovia era predominantemente preservada. Porém, ao longo das duas décadas seguintes, surgiram inúmeras clareiras, avançando até sobre áreas de proteção, como a Floresta Nacional do Jamanxim.
Entre 2021 e 2022, quase 4 mil quilômetros quadrados de floresta foram destruídos no estado do Pará - uma área equivalente a 4 mil campos de futebol. Segundo a PF, muitos fazendeiros utilizaram documentos falsos e brechas legais para ocultar desmatamentos e obter financiamentos. O esquema beneficiava-se da criação de gado em áreas proibidas, permitindo que os produtores, apesar das restrições, conseguissem crédito junto a bancos públicos.
No centro desse esquema está a família Dal Magro, que além de possuir diversas fazendas na região, atua no ramo de consultoria. O patriarca, Bianor Dal Magro, conhecido como "rei da grilagem", responde a múltiplos processos por crimes ambientais. Júlio César Dal Magro, filho de Bianor, é apontado pela Polícia Federal como responsável por coordenar a empresa que estruturava as fraudes.
Fonte: R7
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