quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Esquema com bandas de forró pode ter sonegado R$ 500 mi, diz PF

Os cantores Sol e Xandy, integrantes da banda 'Aviões do Forró'
Os cantores Xandy e Solange Almeida, da banda Aviões do Forró, foram conduzidos coercitivamente para depor na sede da PF em Fortaleza.

As fraudes no imposto de renda de um dos maiores grupos empresariais de forró do país podem chegar a 500 milhões de reais, segundo a Polícia Federal. O grupo empresarial A3 Entretenimento, que administra a banda Aviões do Forró e outros três grupos do Nordeste, foi alvo da Operação For All, deflagrada nesta manhã.
Os cantores Xandy e Solange Almeida, da banda Aviões do Forró, foram conduzidos coercitivamente para depor na sede da PF em Fortaleza. Por meio de nota, a banda informou que “está à disposição da Polícia Federal e da Justiça e que colaborará com todos os questionamentos em relação à operação”. As oitivas já foram concluídas e, à princípio, não houve indiciamento de nenhum dos depoentes.
De acordo com as investigações, as bandas declaravam apenas 20% do valor que ganhavam. Policiais federais apreenderam 600 mil reais em dinheiro durante as buscas e apreensões realizadas na casa de um dos envolvidos. Ainda há equipes em diligências nas ruas de Fortaleza.
De acordo com os investigadores, a PF contabilizou omissão de rendimentos tributados de cerca de 120 milhões de reais entre 2012 a 2014, mas estimam que a sonegação de todas as empresas envolvidas alcance 500 milhões de reais. No total, 26 empresas do ramo de entretenimento do nordeste são investigadas nessa operação. Segundo a PF, os valores sonegados eram usados para compra de imóveis e veículos de luxo, que foram apreendidos na ação.
De acordo com a delegada Doralucia Oliveira de Souza, os valores sonegados podem ser maiores após a análise dos documentos apreendidos. “Nada impede que isso tenha uma desdobramento muito maior, afinal haverá a análise das documentações apreendidas e depois disso teremos o real valor sonegado e a delimitação dos crimes, mas já podemos ter certeza que chegaremos a valores bem maiores. Os envolvidos tinham o costume de andar com grandes quantias em dinheiro vivo e a Polícia Federal deverá fazer o caminho desse dinheiro durante as análises”. As investigações analisam os cachês e a quantidade de shows realizados pelas bandas. A PF ainda não incluiu os valores relacionados a vendas de CDs, DVDs e publicidades realizadas pelas bandas.

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