sexta-feira, 7 de maio de 2021

Bebê com síndrome de Down recebe alta após 12 dias internado com Covid-19; ‘melhor presente’, diz mãe

 

Vinícios de Oliveira, de 8 meses, foi transferido de Aveiro para o HRBA em Santarém, onde ficou na UTI pediátrica. Na saída do hospital, profissionais fizeram corredor de aplausos. Regada a vitória, uma luta que durou 12 dias chegou ao fim. Um bebê de 8 meses com síndrome de Down recebeu alta médica depois da internação na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI) para tratar Covid-19 no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, no oeste do Pará. A alta na quinta-feira (6) foi marcada por muita emoção tanto por parte da mãe quanto dos profissionais que acompanharam o pequeno Vinícios Alexandre Gomes de Oliveira. Um corredor de palmas foi feito na saída da unidade hospitalar. Para a Vanessa Barbosa de Oliveira, de 22 anos, o dia das mães não poderia ser mais significativo. “Melhor presente que vou ter. Agora estou bem feliz, pois meu príncipe vai para casa. Ele é um guerreiro, um vencedor”, disse. Gravidade do caso A família é natural do município de Aveiro, também no oeste paraense, mas precisou ser transferida com urgência para o hospital em Santarém que é referência em casos graves de Covid-19. “É uma criança com diagnóstico clínico de Síndrome de Down. Ele veio com a Covid na fase inflamatória e nessa fase entramos com alguns medicamentos, pois havia risco de trombose e piora no quadro respiratório se não fizesse o tratamento”, explicou Daniel Calçado, pediatra e intensivista na UTI Pediátrica do HRBA. O médico ainda exalta o tratamento. “Ele respondeu muito bem, tratou o tempo necessário e está de alta”. De acordo com a mãe, Vinícios nunca tinha adoecido, foi a primeira vez que precisou de atendimento médico. Ela ficou atenta aos sintomas apresentados pelo filho.
Profissionais fizeram homenagem ao bebê com síndrome de Down que venceu a Covid-19 — Foto: Ascom Pró-Saúde/Divulgação

“Ele começou ficando gripado, deu coriza e depois começou a ter febre alta que não passava, busquei atendimento e fomos transferidos para Santarém”, disse Vanessa, que dos 12 dias de internação, ficou seis dias sem ver o filho diante das medidas sanitárias de segurança para Covid-19 nos hospitais. Esse período foi um dos mais difíceis enfrentados pela jovem mãe, cheio de preocupação, medo, angústia e incertezas, mas tudo passou quando chegou a notícia de que o teste confirmou que a criança já estava sem a doença. “Quando cheguei aqui e vi ele alegre, brincando, foi uma felicidade” “Depois que comecei a visitá-lo, observei que ele estava bem melhor, porque quando internou estava bem cansado, só ficava quietinho na cama”, comemorou Vanessa. Mães profissionais na linha de frente Enquanto não podia ficar ao lado do filho, Vanessa confiou às outras mães os cuidados com o pequeno Vinícios. Profissionais da saúde se revezavam no leito de UTI para cuidar do bebê. “Ele conquistou o coração de todas elas. Depois que vi o cuidado fiquei menos preocupada. Tem 50 mães aqui, elas cuidaram bem e foram carinhosas, agradeço por terem cuidado do meu príncipe”, falou emocionada.


Bebê com síndrome de Down tinha quadro grave de Covid, mas recebeu tratamento e depois alta médica — Foto: Ascom Pró-Saúde/Divulgação


halia Vieira, técnica em enfermagem, foi uma das profissionais que ficou mais tempo na assistência de Vinícios. Para ela, o reconhecimento de Vanessa reforça o que sentem por cada um dos pacientes atendidos na UTI Pediátrica. “Esse cuidado é muito importante para as crianças, e a gente se apega como se fôssemos realmente mães deles” “Esse papel que assumimos é fundamental, é o cuidar, é o amar a criança que passa por um período tão difícil. Eu não tenho filhos, mas sinto como se tivesse. Não chega aos pés de amor de uma mãe, mas nos esforçamos ao máximo”, compartilhou Thalia. A humanização nos atendimentos multiprofissionais dentro da unidade hospitalar faz a diferença durante o tratamento dos pacientes. “O paciente Covid-19 não pode ter acompanhante e nossos profissionais entendem que o cuidar vai além do atendimento em si, precisa de humanização, de acolhimento, de carinho e de muito amor”. “O amor pode curar e esse é um dos segredos que empenhamos na recuperação de nossos pacientes”, observou o diretor hospitalar, Hebert Moreschi. 


Fonte: G1 Santarém


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