quinta-feira, 1 de setembro de 2016

ITAITUBA/PA - DESVENDADO O MISTÉRIO ITACIMPASA

Imagem: Internet
A Itaituba Indústria de Cimentos do Pará S/A-ITACIMPASA é a maior empregadora do município, depois da Prefeitura de Itaituba e qualquer mudança em sua condução econômica, causa estrago no comércio local e na vida de várias pessoas, como agora ocorre.
Quando de sua instalação muito se esperava que a empresa elevasse o desenvolvimento social e econômico de nossa cidade e região, mas, por falta de mão de obra qualificada, que ainda continua, sobrou para nossa cidade apenas os trabalhos de apoio, sendo poucos os agraciados com cargos de chefia.
Hoje, além das terceirizadas, juntamente com a Itacimpasa, atuam na planta a CBE e Itapuama.
Porém, mesmo assim a Caima, atual Itacimpasa, tem dado sua contribuição econômica para Itaituba pois, chegou a ter quase 1200 pessoas trabalhando em sua fábrica e escritórios, mas ultimamente suas pernas vem balançando, e, mais precisamente, a partir de novembro/2015, quando começaram os atrasos salariais, que são pagos quinzenalmente.
E diante disso, várias são as queixas em redes sociais como Facebook e WhatsApp de trabalhadores que estão há dois meses sem receber seus salários e por conta desses atrasos, as contas vão se acumulando, bem como as cobranças.
O blog entrou em contato com vários trabalhadores e com algumas pessoas da direção local da empresa para melhor esclarecerem os motivos desses atrasos salariais.
Os primeiros dizem que não entendem o porquê desses atrasos, tendo em vista que o cimento, tanto o vendido no comércio local quanto ao exportado, o pagamento desse cimento é à vista e assim, sempre entra dinheiro em caixa; falam que a empresa não dá nenhuma justificativa para esses atrasos; argumentam ainda que o comércio local da construção civil está bem aquecido, o que se vê pelas centenas de obras em construção na cidade; os comerciantes locais, que prestam serviços ou vendem para a fábrica, estão recebendo seus pagamentos em sacos de cimentos para não ficar com dinheiro 'empatado' junto à empresa, mas que este cimento é repassado com preço um pouco abaixo do mercado haja vista que, por causa dessa troca, há muito cimento à venda. Até a Câmara de Vereadores de Itaituba já entrou nessa briga em prol dos trabalhadores, mas parece que os resultados foram inócuos!!
As ações trabalhistas contra a empresa na modalidade rescisão indireta (são ações em que o empregado pede sua demissão porque a empresa não cumpriu normas do contrato, como pagar salários em dia, não depositar FGTS, dentre outros) tiveram um significativo aumento. Porém, a empresa procura fazer acordo que beneficie as partes.
Em contato com pessoas ligadas à direção da empresa, que pediram anonimato, estes disseram que o cenário econômico nacional está afetando diretamente as finanças da empresa porque houve uma queda na atividade da construção civil como um todo, bem como, em razão de pequenas paralisações no setor de fabricação do cimento, o que fez a produção cair pela metade, há a consequente queda na produção e, inevitavelmente, na arrecadação, posto que se não há produtos para vender, não entra dinheiro; essas paralisações, ou operação 'tartaruga', são feitas pelos colaboradores revoltados com os constantes atrasos salariais. Informou ainda a fonte do blog que, apesar da crise, a empresa não pretende demitir seus funcionários porque acredita na recuperação da economia e que está contratando pessoas para ocupar as vagas dos que estão pedindo demissão; declarou ainda que o atraso chegou a ser de três meses, mas que a empresa já fazendo o possível para regularizar tal situação.
Foi indagado a essas fontes se esse problema financeiro da empresa não seria causado por desvio de recursos da Itacimpasa para pagamento da execução de um Termo de Ajuste de Conduta-TAC feito pelo grupo João Santos, controladora da Itacimpasa, com o Ministério Público do Trabalho na cidade de Capanema, nordeste paraense, informou a fonte que desconhecia esse TAC.
Funcionários da fábrica da Itapessoca/PE fazem protesto em maio/2016
Entretanto, em rápida pesquisa na internet com o nome 'Grupo João Santos', percebe-se que o problema do grupo é muito mais grave do que se pensa, sendo o principal motivo da crise uma briga familiar após o falecimento do patriarca e presidente do conglomerado, João Pereira dos Santos há 7 anos, quando se deu início à crise no grupo.

GRUPO JOÃO SANTOS
Mesmo sendo um dos mais poderosos do Brasil, o Grupo João Santos parou no tempo. A preocupação com as questões familiares ganhou mais importância do que o futuro rentável dos empreendimentos. Uma reportagem produzida pela revista 'Isto É Dinheiro', em 2010, já anunciava a crise instaurada que, mais cedo ou mais tarde, resultaria na situação atual. 
O poder em jogo: após à morte do patriarca João Santos (à dir.), o caçula, Fernando,
assumiu o controle da empresa. Parte da família, porém, contesta sua liderança - Imagem: Revista Istoé
Segundo a reportagem, a briga pelo controle do grupo teria de um lado Fernando Santos, José Bernadino Santos e Maria Clara Santos, filhos de João Santos e do outro lado as irmãs de João Santos, Ana Maria Santos e Rosália Santos, além de Alexandra, Rodrigo e Maria Helena, filhos do primogênito João Santos Filho, que faleceu na década de 80. As discórdias entre os parentes de João Santos começaram em 2009, durante o inventário dos bens deixados por ele.
Em seus 101 anos de vida, o pernambucano João Pereira dos Santos construiu um dos maiores conglomerados industriais do Brasil. Em 2009, o Grupo João Santos obteve receita de R$ 2,8 bilhões, proveniente de empresas dos setores de cimento, comunicações, agroindústria e celulose. Trata-se de um patrimônio avaliado pelo mercado em cerca de R$ 5 bilhões.
E é exatamente o controle dessa fortuna que está colocando em lados opostos os herdeiros do clã Santos, que tem sua base de operação no Recife (PE). A morte do patriarca, vítima de infarto em 15 de abril de 2009, trouxe à tona divergências históricas entre os integrantes da segunda e da terceira gerações.
Na disputa interna no clã, quem está levando a melhor até agora é o caçula Fernando Santos, 65 anos, graduado em economia. Na prática, ele já era o principal executivo do grupo e aproveitou o vácuo deixado pelo falecimento do pai para se consolidar no poder. Para isso, entretanto, teve de abrir espaço para o irmão José Bernardino Santos, 75 anos, responsável pelas usinas de açúcar e álcool e pelas fábricas de papel e celulose. O triunvirato é composto ainda por Maria Clara, 67 anos, que mora no Rio de Janeiro.
No outro lado estão as irmãs Ana Maria, 69 anos, e Rosália Santos, 76 anos, além de Alexandra, Rodrigo e Maria Helena, filhos do primogênito João Santos Filho, morto em 1980 em um desastre de avião no Paraguai. Pessoas próximas à família creditam o racha à dificuldade de relacionamento entre os irmãos e, principalmente, ao fato de o patriarca não ter estruturado um plano de sucessão.
Mais que uma queda de braço entre familiares, o que está em jogo, em última análise, é o futuro do Grupo João Santos, cuja principal força é a Cimento Nassau. Essa divisão colabora com 80% das receitas do conglomerado e domina 13% do mercado nacional.
Montante suficiente para lhe garantir a vice-liderança do setor, atrás da arquir-rival Votorantim, que possui cerca de 40%. A morte do patriarca e as disputas internas fizeram com que os concorrentes passassem a olhar a Nassau como um alvo para futuras aquisições. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é apontada como sendo um deles.
A direção da CSN alega que não se pronuncia sobre boatos. Deixa claro, porém, que faz parte de sua estratégia expandir a atuação nesse segmento. Hoje, a CSN possui uma fábrica de cimento em Volta Redonda (RJ) e tem em caixa US$ 1 bilhão para construir mais três unidades produtivas e ampliar a capacidade de 1,2 milhão de toneladas de cimento para 5,4 milhões de toneladas.
A Cementos de México (Cemex) é outra que estaria rondando a Nassau. O grupo pernambucano seria a porta de entrada dos mexicanos em um País no qual eles ainda não atuam. Em 1996, a Cemex já havia feito uma oferta e voltou à carga em 2009, após a morte do patriarca Santos. "Não comentamos especulações de mercado", limitou-se a dizer à DINHEIRO Jorge Perez, porta-voz da Cemex.

Apesar da situação relativamente confortável do Grupo João Santos, graças às boas perspectivas do mercado de cimento, a empresa enfrenta muitos desafios. A disputa envolvendo o poder já provocou até mesmo a saída de alguns membros da família, como Rodrigo João Pereira dos Santos, 39 anos. 
Herdeiro de João Santos Filho, Rodrigo atuava como gerente de modernização e de gestão da Cimento Nassau. Em geral, empresas envolvidas em brigas fratricidas tendem a sofrer de paralisia administrativa. Isso porque até mesmo decisões corriqueiras acabam sendo adiadas. Ainda é cedo para dizer se esse é o caso da Nassau. 
Contudo, surgem no horizonte indícios de que ela poderá ter problemas. Em um segmento em franca expansão, por conta da realização de megaobras de infra-estrutura, a Nassau não conseguiu concluir a ampliação de seu parque produtivo. As dez plantas estão operando a plena carga e as obras de construção de duas usinas em Ituaçu (BA) e em Ribeirão Grande (SP) estão com o cronograma atrasado. 
Orçadas em US$ 300 milhões, cada, essas unidades ajudariam a reforçar a presença do grupo em regiões importantes. E isso pode acabar se transformando em um calcanhar de aquiles para a companhia, que vê a arquirrival Votorantim avançar sobre seus domínios. 
Para piorar, neófitas no ramo, como a brasileira Dias Branco Participações e a espanhola PG&A, também ameaçam o reinado da Nassau, que obtém cerca de metade de suas vendas no Nordeste. A Dias Branco Participações vai desembolsar R$ 650 milhões na construção de duas fábricas e a PG&A pretende aplicar R$ 80 milhões em uma planta na região.
As desavenças entre os irmãos e sobrinhos começaram em meados de 2009, durante o inventário dos bens deixados por João Santos. Além do mal-estar no terreno familiar, disputas desse tipo podem causar um efeito deletério também sobre o patrimônio. 
"O pior cenário possível em casos como esse é ver a companhia quebrar", alerta Ronaldo Da Matta, especialista em gestão de empresas familiares e dono da RM Consultoria. "Manter um ambiente cordial e apostar no diálogo é sempre aconselhável, mesmo que seja para decidir pela venda do negócio", completa Wagner Teixeira, sócio-diretor da Höft Consultoria.
Fontes:
http://www.goiananoticias.com/#!A-decad%C3%AAncia-de-um-imp%C3%A9rio-Grupo-Jo%C3%A3o-Santos-%C3%A0-beira-da-fal%C3%AAncia/cjds/572770210cf2877f1bee584d

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20100812/disputa-por-imperio/41421

Nenhum comentário:

Postar um comentário