Moradores
de Novo Horizonte (SP) se solidarizaram com a história de um cavalo que
era vítima de maus-tratos do dono. O animal era obrigado até a beber
pinga, segundo voluntários que se uniram para resgatar o animal.
O
resgate foi feito no dia 17 de junho. Um mês depois, o cavalo, que
ganhou o nome de Guerreiro, já apresenta melhora em seu estado de saúde.
Os
voluntários lembram que quando chegaram ao local o animal não conseguia
nem se levantar. Ele estava fraco, machucado e amarrado a uma árvore no
bairro Jardim América.
A caseira Silvana Quirino foi uma das
pessoas que passou pelo local e viu o animal sendo agredido com pedaço
de pau. “Eu e a minha filha passamos e vimos o dono batendo no cavalo
para ele se levantar. Fiquei com dó da situação e resolvi ajudar”,
conta.
Outros moradores do bairro, revoltados com a mesma
situação, pediram ajuda para um protetor de animais na cidade. "Cheguei
ao local e vi o cavalo bem debilitado, com vários ferimentos. Consegui
dois veterinários que colaboraram com medicamentos e exames", afirma o
protetor Marco Antônio Rodrigues.
Como o animal não conseguia
andar por estar bem fraco, o consultório veterinário foi improvisado no
local. O veterinário João Gabriel Godrim acompanhou o caso desde o
início, cuidou das feridas, aplicou o soro e retirou amostras de sangue
para analisar no laboratório.
“Ver um animal naquela situação é
como ver alguém da nossa família, deitado, olhando pra gente, querendo
levantar e não conseguir. Não tem dinheiro que pague salvar uma vida”,
diz o veterinário.
Mesmo reagindo bem, o cavalo precisava
ficar em outro lugar que pudesse receber o tratamento adequado. Foi
quando a Silvana, que mora em uma chácara com a família, pensou em
adotar o animal.
Foi aí que o dono apareceu e pediu R$ 50 para
vendê-lo. Um dos moradores pagou a quantia para que o bicho pudesse ser
levado. Silvana então ligou para um amigo transportar o cavalo em
segurança até a chácara onde mora.
Vida nova
Na
primeira semana na chácara, Guerreiro precisou receber de perto
acompanhamento do veterinário, já que ainda estava bastante debilitado.
“Ele continuou tomando soro e os remédios para os machucados durante uma
semana”, afirma o veterinário.
Depois de um mês na nova casa,
Guerreiro continua recebendo cuidados especiais, mas já é visível a
melhora do animal. Ele, que segundo o veterinário tem 22 anos, vai poder
desfrutar de uma vida tranquila e sem violência.
“Nenhum
animal na chácara trabalha ou usa cela, não deixo nem que montem neles.
Eles são livres, só pastam e comem”, diz Silvana.